Veterinários dão dicas sobre o que fazer com o pet quando for viajar
Hotel e pet shop são boas opções para os cães.
Ideal é o dono se ausentar por no máximo 15 dias, diz veterinária.
Vai viajar e não sabe onde deixar o seu pet e o que fazer para que ele não sinta tanto a sua falta? Adestradores e veterinários dizem que o que o animal precisa é se sentir seguro quando o dono for embora. Caminhadas, interagir com outros bichos e estar perto de objetos familiares são sempre boas opções. É importante também checar se o hotel ou casa de conhecidos têm espaço e pessoas treinadas para ficar com ele.
Aos que têm cachorro, o adestrador Glauco Lima já alerta que os animais que nunca ficaram sozinhos vão demorar cerca de três dias para se acostumar. “O cachorro que nunca ficou sozinho vai ficar uns três dias sem se alimentar direito por estar em uma situação nova.” Mas aqueles mais acostumados com a ausência do dono só vão sentir como se estivessem “mudando da casa da mãe para a casa da avó.”
Para atenuar a ansiedade do pet, explica Glauco, caminhadas de 30 a 40 minutos e interações com outros animais são boas opções. “A presença de um profissional para saber treiná-lo é sempre bom. Caminhadas, ficar junto com seus brinquedos favoritos e interações com outros animais o ajudarão a ter um processo mais fácil de aptação.”
A professora Eliane Rickli Speffen, 52, já sabe de cor o que fazer e o que não fazer com Tobby, o seu cachorro de raça bichon frisé, quando vai viajar. Uma mala com os seus brinquedos favoritos, sua cama e um urso de pelúcia que usa como travesseiro. E tudo isso já está pronto para o dia 29 de dezembro, quando Eliane viajará para o Japão. Ela só vai voltar quase um mês depois.
“Claro que triste a gente sempre fica, mas a vida tem que seguir, né? Até disse para a Rose, a moça que trabalha aqui há 21 anos, que daqui menos de um mês já vou ficar sem ver o Tobby.”
A casa da empregada é a melhor opção para animal quando Eliane tem que viajar. “Já deixei em um pet shop, foi uma experiência muito boa, mas mesmo assim prefiro deixar na casa de alguém conhecido, familiar.”
Já acostumado com as ausências da dona, Tobby não sente tanto assim a separação, mas foi não foi fácil acostumá-lo. “Eu sempre mimei muito ele, então quando fui viajar pela primeira vez foi difícil, ele ficou bem ansioso”, conta Eliane.
O adestrador Glauco explica que qualquer animal deve ser treinado para ficar períodos sem o dono para não sofrer de ansiedade. “ Mas não adianta querer treiná-lo um mês antes de sua viagem. Será muito traumático.”
Foi o que fez Zaïra Abreu, cirurgiã dentista, que comprou há dois meses duas cachorras, também da raça bichon frisé. “Eu sempre achei que cachorro tem que ser independente. Por isso desde cedo fui acostumando elas a ficar sozinhas e não sentir tanta dependência de mim.” E é isso que vai ajudá-las a se adaptar quando Zaïra se ausentar por 15 dias, por causa de sua viagem à França no fim do ano. “Não estou preocupada porque vejo que elas se adaptam bem. E a vantagem é que elas estão em duas.”
Gatos
Gizeli Pruano Ramos, médica veterinária, diz que um animal sempre sentirá a mudança de ambiente. Uns mais e outros menos. “O cachorro se adapta no máximo em três dias, o gato nunca vai se adaptar, porque ele é extremamente ligado ao ambiente em que vive e não muito ao dono.”
Aos donos de gatos que pretendem viajar, Gizeli indica os chamados ‘catsisters’, profissonais que vão todos os dias à casa do cliente para alimentar e trocar a caixa de areia. “O gato é caseiro e adora uma rotina, se você quebrá-la, ele vai sentir.”
Sobre procurar ou não hotéis, a veterinária diz que para o cão é sim uma boa opção. “Brincar, caminhar é a melhor coisa para o cachorro.” Mas para o gato, o melhor mesmo é ficar em casa com a assisência dos ‘catsisters’.
Animais silvestres
Tartarugas, peixes, macacos, passarinhos também sentem falta de seus donos. Uns mais outros menos. “Os répteis são os mais adaptáveis. Eles quase não se apegam ao dono, só ao ambiente”, diz Alexandre Hellmeifter, médico veterinário de um hotel especializado em animais silvestres.
Aos donos, Alexandre recomenda que, ao deixar o animal em um hotel ou com alguém conhecido, a rotina de alimentação não seja quebrada. Foi o que fez Rafael Bueno, 26 anos, estudante de jornalismo, quando ele e sua família viajaram para o interior. “Ficamos uma semana fora e levamos o nosso jabuti para um hotel especializado e informamos o que ele comia.” De resto, Rafael conta que a adaptação de Bartira, seu jabuti que tem há 13 anos, foi fácil.
Para donos de aves e macacos, a situação é quase igual ao do cão. “Eles são muito dependentes do dono, o melhor é você deixar algum pertence seu, ficar fora no máximo 15 dias, porque eles vão sentir sim a ausência.”
O veterinário explica ainda que casa de familiar ou conhecido só são boas para deixar o animal caso ele tenha uma boa relação com a pessoa. Se não, o mais seguro é levar a um hotel especializado.
Fonte: http://g1.globo.com/natal-e-ano-novo/2012/noticia/2012/11/veterinarios-dao-dicas-sobre-o-que-fazer-com-o-pet-quando-viajar.html
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